André Moura diz que processo de impeachment representa batalha entre o bem e o mal
Agência Jornal de Notícias
Joângelo Custódio
O deputado federal por Sergipe André Moura (PSC), líder do PSC na Câmara e um dos organizadores do movimento pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), usou as redes sociais hoje (18), um dia após os 367 parlamentares aprovarem, em sessão histórica no plenário da Câmara, a continuidade do famigerado processo de impedimento da petista.
Muito bem articulado e de trânsito livre no gabinete do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) e braço direito do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), André, que já foi prefeito do município de Pirambu por dois mandatos consecutivos e deputado estadual, classificou o ato de ontem como “limpeza ética e moral” e “batalha entre o bem e o mal”.
“Nos últimos dias, o Brasil viveu uma batalha entre o bem e o mal. Ontem, na Câmara dos Deputados, deu-se o passo inicial para fazer a tão ansiada limpeza ética e moral, por um novo Brasil. Fizemos nossa parte, nós os deputados federais. Caberá ao Senado, agora, acatar e julgar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Nossas esperanças, agora, se voltam para um novo tempo, a fim de construir uma ponte para o futuro”, escreveu o parlamentar.
O congressista sergipano também abriu parênteses para rechaçar os internautas que o hostilizaram em sua página oficial no Facebook, durante e depois a votação, chamando-o de "corrupto" e "golpista".
“Quem acompanha esta página [no Fecebook] viu que praticamente não houve debate dos comentadores. Esta seria a oportunidade para que os “pró” e os “contra” o impeachment pudessem concordar ou discordar de ideias. Mas, ao contrário disso, viu-se aqui o ódio contra mim, o xingamento gratuito, a calúnia e, mais das vezes, a pura difamação. Entendo esse estado de coisas pela ótica da altivez, como bom cristão”, reprovou.
Por fim, Moura voltou a defender a cassação do mandato de Dilma e que o impeachment representa um novo dia nas páginas políticas do Brasil. “Vamos juntos, sem ódio ou rancor, reconstruir nossa amada nação. Vamos juntos lutar pelo Brasil. Viva o Brasil. Vamos vencer, porque nosso país é grande”.
André foi o segundo deputado de Sergipe, por ordem afabética, a declarar-se a favor da derrubada de Dilma e acumular o 357º voto.
Votação no Plenário da Câmara
A Câmara dos Deputados aprovou o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na noite desse domingo (17). Durante seis horas de votação no plenário da Câmara dos Deputados, foram 367 votos a favor e 137 contras. Abstenções e ausências somaram nove. O 342º voto em favor do impedimento, atingindo a barreira de 2/3 da Casa necessários para a aprovação, foi dado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).
A derrota na Câmara não significa o afastamento imediato de Dilma. A decisão dos deputados precisará ainda ser confirmada por maioria simples pelo Senado, o que deve acontecer até o início de maio.
O Senado terá dois dias para receber a comunicação da abertura e formar uma comissão especial para analisar a admissibilidade do caso. No cenário atual, a tendência é de que os senadores também aprovem a abertura do processo.
Caso isso ocorra, Dilma será afastada por até 180 dias e julgada pelo plenário da Casa, numa liturgia comandado pelo ministro presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski.
Sendo assim, assumirá a Presidência, durante o julgamento, o vice Michel Temer (PMDB), o qual rompeu publicamente com a mandatária desde dezembro e acusado por ela ser golpista e conspirador.